COMPANHIA MATRIDANÇA APRESENTA:
TRANS na terra o céu
Direção e Coreografia | Vera Eva Ham
Na terra o céu
– dentro das mãos, dentro dos dias,
dentro dos corpos, dentro das palavras.
qual é a força que prevalece no interior de todos os apocalipses?
qual é a oração que não se dissolve sob os escombros?
como se dança com poder dentro e não sobre?
as respostas são como resíduos de um enigma
escrito entre o que somos todos os dias
e o que somos de vez em quando
– relâmpagos, ondas, erupções.
as respostas destilam-se dentro deste corpo escuro
um corpo escuro feito de céu.
Com a Companhia Matridança
Estreia 5 de Novembro 2017 no Centro Cultural Malaposta.
Residência artística apoiada pelo Passos e Compassos, Palmela.
12 JAN de 2019 no cineteatro João Mota, Sesimbra – TRANS na terra o céu com a Companhia Matridança
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Arché, adaptação para Alfama, nas comemorações do Dia da Dança em sinergia com a CID Unesco
ARCHÉ no principio era eterno
Trazemos em bruto a fúria, a beleza e o poder daquele começo.
Só nós podemos refazer e re-tecer as coisas que vêm.
Só nós podemos destruí-las.
Movemo-nos por detrás da arqueologia e da presença
– nós permanecemos intocadas através das fogueiras, das cinzas e das histórias.
Ninguém nos vê, todos nos podem sentir.
Somos nós, desde o principio.
Somos nós a própria Origem.
A Matridança nasceu em 2011, inicialmente como uma proposta educativa de corpo e dança para mulheres.
Surgiu da minha necessidade de reunir e centrar diferentes práticas somáticas e energéticas, linguagens do movimento e abordagens anatómicas, em torno do corpo único e específico da mulher. Com o desenvolver deste projeto educativo, fui sentindo cada vez mais necessidade de unir estas mulheres num coletivo que criasse algo maior e mais inteiro, a partir dos processos individuais que resultavam das aulas. Um grupo de mulheres distintas, profissionais e não-profissionais das artes performativas, com as suas histórias e feitios singulares. A primeira criação da Companhia Matridança começou com uma pesquisa da linha materna, que é desfiada pelas oito performers até uma Primeira Mulher, a que terá dado origem a todas as outras, uma mulher imaginária a que vão dando, por camadas, corpo e presença – lembrando também as bonecas russas, chamadas de “matrioskas”, no seu multiplicar quase infinito. Desta pesquisa individual até à mulher original, surgem sensações, desde memórias e palavras como Eterno Retorno Sementes Comunhão Terra Nutrição Coração
até à sensação de Poder no seu aspeto mais misterioso, semelhante em tudo a uma força da Natureza incontrolável, ou impossível de conter. São em particular entre dois aspetos – o pacífico e o turbulento, o espiritual e o erótico, o visceral e o nutridor – que nos propomos criar. Em ARCHÉ, estas são dimensões paradoxais que afloram imagens, objetos, movimentos e relações, ligadas intimamente à matéria e ao feminino mais profundo e pleno de significado. Só neste lugar desconhecido e inquietante será possível para cada uma de nós, e todas nós em coletivo, trazer ao palco ARCHÉ – a origem.
Vera Eva Ham