
QUEM SOU
Neste percurso de corpo e movimento ao longo de 18 anos, aprendi de forma mais marcante com Cláudia Dias, Atsushi Takenouchi (Japão) e Yuko Ota (Japão), mas também com Gyohei Zaitsu (Japão), Mehdi Farajpour (Irão) e muitas mestras de flamenco e danças do médio oriente entre Granada e Lisboa.
Na criação de dança, fui explorando começos com as danças e rituais do feminino; com o butoh no projeto a solo Sombra Clara (Centro Cultural da Malaposta, Teatro Ibérico e Teatro Fórum de Moura – 2008/10); com os lugares específicos, em duo com Yuko Ota, na criação Além duas mulheres a dançar para as ruínas do Convento de Moura (2010). Viajar pela Velha Europa entre 2004/07- dançando e criando em tempo real, nas ruas, praças e paisagens, com músicos, artistas e companheiros do caminho, marcou a forma como sinto o espaço e os lugares quotidianos e sagrados da vida.
A partir de 2011 iniciei uma pesquisa sobre personagens femininas na bíblia, que originou a trilogia Feminae Vulgata para lugares específicos: 1#Eva– guardiã obstinada da nudez paradisíaca, no exterior da Biblioteca Orlando Ribeiro (2012);2#Salomé acompanhada por registo fotográfico de Luís Conde no Cabo Espichel (2014); e 3#Madalena Mudra, no jardim e dome da Senhora da Azenha (2015) e nas salas e escadarias do Capricho Setubalense (2016).
Desde 2011 desenvolvo paralelamente o projeto educativo Matridança, corpo e movimento para mulheres, que tem como pilar os rituais femininos ancestrais, a dança butoh e a reeducação da sexualidade feminina no seu contexto sagrado e orgânico. Com este propósito, fundei também em 2015 a Companhia Matridança: um coletivo de mulheres com diferentes idades, formas e feitios, unidas pela vontade de dançarem entre si e para si, e de partilharem finalmente a sua dança com a comunidade. Em 2016 a Companhia estreou a sua primeira criação, Arché no principio era eterno, no Cine-Teatro S.João em Palmela, e em 2017 a 2ª criação para palco TRANS na terra o céu em antestreia na Semana da Dança de Palmela e estreia no C.C Malaposta, assim como a performance de rua “E se as Árvores falassem” ao redor de temáticas de ecologia profunda.
Como educadora e alquimista, realizo regularmente círculos e rituais para mulheres, travessias na Natureza, sessões individuais, workshops de butoh e Corpo Matriz e formações de 150 horas MATRIDANÇA| corpo e movimento para mulheres – um projeto de pesquisa e educação com certificação do Conselho Internacional de dança da UNESCO, da qual sou membro.
Desenvolvi recentemente o projeto Mátria o corpo antes da história: vídeo e performance para lugares em sinergia com a pré-história e o sagrado em Portugal. A primeira fase iniciou em Outubro de 2016 nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, apoiado pela Direção Regional da Cultura do Algarve.
Atualmente preparo a apresentação da Companhia Matridança e do solo O Giro da Moira no World Congress of Dance Research da UNESCO em Atenas.